segunda-feira, 6 de abril de 2009

Parte 2 Reforma- Pentecostalismo e Personagens

REFORMA

A reforma foi um movimento resultante de uma multiplicidade de fatores políticos, sociais e econômicos. Os governantes se opunham ao internacionalismo político do papado. A classe média nascente, tinha seu progresso bloqueado pelo ultrapassado sistema feudal. A Igreja Católica era a fortaleza de tal sistema e precisava ser atacada, por outro lado, a nobreza tinha interesse em confiscar as terras da Igreja e da burguesia. O humanismo também exerceu sua influência com sua crítica à Igreja.

SITUAÇÃO DA IGREJA NO PERÍODO ANTERIOR À REFORMA
A verdade fora substituída por preceitos e tradições.
Era o paganismo com o rótulo de cristianismo. As verdades das Escrituras não eram ensinadas ao povo, culto em latim, leitura da Bíblia proibida, falta de explanações sobre a Palavra de Deus. Os rituais tomaram o lugar da fé verdadeira, o clero como mediador entre Deus e os homens.
Corrupção e imoralidade do clero, domínio político e econômico da Igreja, profanação do santo, desrespeito aos mandamentos, templos e vestes aparatosos. Povo enganado com promessas de divertimentos públicos, cheios de medo e superstição, medo de Deus e dos sacerdotes, culto a imagem, etc.
Indulgências. Perdão adquirido pela compra de documentos cujo preço variava de acordo com a espécie de pecado.
• Perdão dos pecados das almas no purgatório.
• Perdão dos pecados futuros (perdão por antecipação)
Comércio dos bens espirituais, pecado de Esaú praticado: Hebreus 12:16-17.
Pecado de Simão - desejado: Atos 8:18-20.

Tetzel o principal na venda proclamava: “Tão logo o dinheiro no cofre cair, a alma do purgatório irá fugir”.
Objetivos da venda: Término da Basílica de São Pedro.
Papa da época: Leão X.

• Vozes dos que clamam no deserto: “7.000 fiéis preservados”
Com todos os desmandos da Igreja, havia sempre aqueles que testemunhavam seu descontentamento. Eram considerados hereges. Julgados pelo tribunal da Santa Inquisição ficavam mantidos presos ou eram levados à morte.

Albigenses e Valdenses: Pregavam contra a imoralidade do clero, o culto a mortos e a imagens, rejeitavam a missa e o purgatório. Tinham a Bíblia como regra de fé e conduta. Procuravam viver em pureza.
Fixados na França, Itália e Espanha.
Massacrados por Cruzadas e pela Inquisição.

João Wyclif e João Huss: Lideravam movimentos contra a dominação do clero, contra a autoridade do papa e contra doutrinas antibíblicas como a transubstanciação. Defendiam a leitura da Bíblia pelo povo. Foram condenados à morte pelo concílio de Constança em 1414.

Savonarola: Enforcado e queimado em Florença. 1498.

Lutero: Homem usado por Deus para liderar o movimento que foi o estopim da fogueira das reformas geradas em função da nova mentalidade religiosa, isto é, todas as transformações sociais políticas e econômicas exigiam mudanças ideológicas e foi na Reforma protestante que encontraram ponto de apoio. 1483 - 1546.
Aos 20 anos, Lutero, na Universidade, descobre uma Bíblia em latim e começa a ter contato com a verdade, confrontando a situação da Igreja com suas inovações pagãs, imoralidades, etc...

Em 1505, formou-se em teologia e filosofia.
Neste período de sua vida, uma grave enfermidade, a morte de um amigo íntimo e ainda, dois acidentes nos quais quase perde a vida, fazem com que Lutero decida ingressar no convento onde esperava encontrar a paz. Pensava que precisava ser mais piedoso para conquistar a graça de Deus.

Ainda não conhecia o Deus reconciliado em Cristo. Foi Frei e mais tarde Monge. Em Witemberg, torna-se professor na Universidade e pregador na capela do Mosteiro e depois na Catedral da cidade.
Suas pregações atraíam o povo, pois ele falava de maneira diferente do que o povo era habituado a ouvir. Multidões vinham ouvi-lo apontar Cristo ao pecador. Desde os tempos de estudante sua consciência lutava contra os ensinos da Igreja.
Torna-se respeitado e conhecido como pregador. Continua a se aprofundar no estudo da Bíblia, analisando-a em classe com os alunos. Fez exposições do Saltério e das Epístolas aos Romanos, Gálatas, Hebreus e Tito. Sempre teve preferência pelos Salmos.

“Se quiseres ver a Santa Igreja Cristã pintada em cores vivas e
em miniatura, toma o Saltério e terás diante de ti um espelho
a te mostrar o que é a cristandade. Cada cristão que pretende orar e
ser piedoso, devia considerar o Saltério seu livrinho especial.
Cada cristão deveria tornar-se tão familiarizado com ele que
o soubesse de cor, palavra por palavra,
para que toda vez que tivesse de dizer
ou fazer alguma coisa pudesse citar
um versículo como máxima”.

Em 1517 o comércio das indulgências influenciara também congregação de Wittemberg. Tetzel instalara sua “tenda de reconciliação entre Deus e os homens” em cidades próximas, para onde o povo desorientado corria. Paroquianos insatisfeitos exibiam indulgências a Lutero.

Em outubro de 1517 Lutero fixa na porta da Igreja de Wittemberg suas 95 teses contra as inovações da Igreja, mas principalmente condenando a venda das indulgências. Através de folhetos distribuídos por toda a Europa, convida a todos os que quisessem assistir a defesa das suas teses, que comparecessem a Wittemberg.

Lutero confiava receber o apoio do papa pelo fato de revelar os abusos do tráfico de indulgências.
Lutero pretendia uma reforma na Igreja, acreditava na inocência do papa, mas Leão X o excomunga em 1520. Lutero queima a bula de excomunhão em praça pública.
O domínio político econômico exercido pela Igreja em todo o mundo era contestado por muitos príncipes que apoiaram o movimento religioso da Reforma.

A cristandade se divide com a Reforma. Uns aceitam as verdades proclamadas. A Inglaterra, a Grécia separam-se de Roma, fazendo suas reformas à parte de Lutero.

Princípios fundamentais da Reforma
• Supremacia da fé sobre as obras;
• Supremacia da Bíblia sobre a tradição;
• Sacerdócio Universal dos fiéis.
A reforma defendia a liberdade de consciência em oposição à Igreja Romana que ditava o que se devia crer ou pensar.
A reforma defendia o livre exame da Bíblia que a Igreja proibia.
A invenção da imprensa (1455) favoreceu muito a divulgação dos pensamentos de Lutero e de outros reformistas por toda a Europa. Facilitou também, o acesso da população à Bíblia.
O primeiro livro impresso foi a Bíblia.
http://www.comunidades8.org.br/estudos/revistas/igreja/licao_12.html


Girolamo Savonarola






Girolamo Savonarola (Ferrara, 21 de setembro de 1452 – 23 de maio de 1498), cujo nome é por vezes traduzido como Jerônimo Savonarola ou Hieronymous Savonarola, foi um padre dominicano e, por curto período, governou Florença.
Nascido em Ferrara, no dia 21 setembro de 1452, Savonarola morreu em Florença, a 23 maio de 1498. Este reformador dominicano veio de uma antiga e tradicional família de Ferrara. Intelectual muito talentoso devotou-se a seus estudos, em especial à filosofia e à medicina. Em 1474, quando em uma viagem a Faenza, ouviu um forte sermão, proferido por um padre agostiniano, e resolveu renunciar ao mundo, incorporando-se à ordem dominicana na
Sentindo profundamente a perda de valores trazida pelo ideário do Renascimento, como é evidente do poema No declínio da igreja, que escreveu no primeiro ano de sua vida monástica.
Em agosto de 1490, Savonarola começou seus sermões no púlpito da igreja de São Marcos, com a interpretação do Apocalipse. Seu sucesso foi completo: toda a cidade de Florença ia ouvi-lo, de modo que seus sermões na catedral foram exercendo uma influência constantemente crescente sobre o povo.
Em seus novos sermões atacou violentamente os crimes de Roma, que aumentaram desse modo as paixões em Florença. Um cisma começou a se prefigurar e o Papa foi forçado outra vez a agir. Mesmo assim, Savonarola prosseguiu com suas pregações cada vez mais violentas contra a igreja de Roma, recusando-se a obedecer às ordens recebidas. Em 12 de maio de 1497, foi excomungado.
Savonarola terminou preso por ordem papal e condenado à morte. Foi enforcado no dia 25 de maio e seu corpo queimado.
Entre os seus escritos, estão: Triumphus Crucis de fidei veritate (Florença, 1497), seu principal trabalho na apologia ao cristianismo; Compendium revelationum (Florença, 1495); Scelta di prediche e scritti, (Florença, 1898); Trattato circa il Reggimento di Firenze, (Florença, 1848); suas cartas, Archivio storico italiano (1850); poemas (Florença, 1847) e Dialogo della verita (1497).



John Wycliffe




John Wycliffe (ou Wyclif) (1320 — 31 de dezembro 1384) foi professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês, considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI (ver: Reforma Protestante). Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe.
Na Universidade, aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e legislação canônica. Tornou-se sacerdote e depois serviu como professor no Balliol College, ainda em Oxford. Por volta de 1365 tornou-se bacharel em teologia e, em 1372, doutor em teologia.
Apesar de sua crescente popularidade, a Igreja apressou-se em censurar Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, Wyclif é intimado a apresentar-se diante do Bispo de Londres para explanar-lhe seus ensinamentos. Compareceu acompanhado de vários amigos influentes e quatro monges foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na igreja para apoiar Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe se intensificaram, acusando-o de blasfêmia, orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no Parlamento inglês pareciam convictos de que os monges poderiam ser melhor controlados se fossem aliviados de suas obrigações seculares.
Wycliffe então se retirou para sua casa em Lutterworth, onde reuniu sábios que o auxiliaram na tarefa de traduzir a Bíblia do latim para o inglês. Enquanto assistia à missa em Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384, foi acometido por um ataque de apoplexia, falecendo 3 dias depois, no último dia do ano.



John Huss



Jan Hus (Husinec, Boémia do Sul, 1369 - Constança, 6 de Julho de 1415) foi um pensador e reformador religioso. Ele iniciou um movimento religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Os seu seguidores ficaram conhecidos como os Hussitas. A igreja católica não perdoou tais rebeliões e ele foi excomungado em 1410. Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo.

Um precursor do movimento protestante (ver: Reforma Protestante), a sua extensa obra escrita concedeu-lhe um importante papel na história literária checa. Também é responsável pela introdução do uso de acentos na língua checa por modo a fazer corresponder cada som a um símbolo único. Hoje em dia a sua estátua pode ser encontrada na praça central de Praga, a Staroměstské náměstí (Praça da Cidade Velha)





Melanchton






Teólogo e educador alemão nascido em Bretten, (1497 - 1560) principal colaborador de Martinho Lutero e herdeiro deste na liderança do luteranismo (1546) após a morte do reformista alemão. Estudou em Heidelberg, Tübingen e Wittenberg e, influenciado pelas obras do filósofo inglês Guilherme de Occam, passou a questionar a teologia escolástica. Publicou traduções de textos gregos (1518) e no mesmo ano foi convidado para lecionar essa língua em Wittenberg, onde propôs uma reforma no programa de educação. Após conhecer Martinho Lutero, com quem colaborou na tradução da Bíblia, e aderiu à Reforma. Publicou ainda Loci communes rerum theologicarum (1521). Esforçou-se para alcançar a concórdia e a pacificação durante a disputa entre Lutero e Zwingli sobre a eucaristia e, com isso, abriu caminho para uma aproximação com os católicos romanos. Essas distinções não chegaram a afastá-lo de Lutero, sobretudo por seu temperamento pacato. Morreu em Wittenberg, sendo que seu cognome Melanchton veio em função de seu gosto pelos estudos dos clássicos gregos, uma versão grega do sobrenome Schwarzerd que significa terra negra.


Cronologia:
1483, 10 de novembro: Nasce Lutero.
1509: Henrique VIII(1491-1547) torna-se rei da Inglaterra. Nasce João Calvino em 10 de julho.
1517, 31 de outubro: Lutero fixa as suas “95 Teses” na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.
1518: Lutero recusa-se a retratar-se perante o papa Leão X(1475-1521; pontificado: 1513-1521).
1520, junho: Leão X condena 41 proposições de Lutero.
1521, 21 de janeiro: Leão X excomunga Lutero, mas levam vários meses até a ordem de excomunhão chegar à Alemanha.
1522: Lutero publica a sua advertência contra os distúrbios e publica a tradução do grego para o alemão do Novo Testamento, com gravuras de Lucas Cranach (1472-1553).
1523: Lutero publica texto que fala do direito de a comunidade de fiéis julgar toda a doutrina e nomear e demitir clérigos.
1524-1525: Revolta camponesa liderada por Thomas Müntzer (1490-1525).
1525: Lutero publica texto contra os “profetas sagrados” e contra as “revoltas camponesas”.
1528: Mandato imperial ameaça de morte os anabatistas.
1530: Carlos V (1500-1558) – rei de Espanha desde 1516 e eleito imperador Habsburgo desde 1519 – fracassa em impor uma ortodoxia religiosa ao império.
1534: Ruptura de Henrique VIII da Inglaterra com Roma, supressão dos monastérios e concessão de permissão para os padres se casarem. Na Alemanha, Lutero publica a tradução do hebreu para o alemão do Velho Testamento.
1534-1535: Anabatistas tomam o poder em Münster, mas seu “reino” é derrubado pela coligação de forças católicas e protestantes.
1536: Surge a primeira edição de “Instituições da Religião Cristã”, de João Calvino. Ocorre também a introdução da bíblia vernacular na Inglaterra.
1542: Calvino organiza o seu catecismo em Genebra.
1544: Calvino admoesta os anabatistas.
1545, 13 de dezembro: Começa o Concílio de Trento.
1546, 18 de fevereiro: Morre Lutero.
1547: Eduardo VI(1537-1553) assume o trono na Inglaterra e demonstra forte tendência calvinista.
1549: Eduardo VI lança o livro de pregações e pretende forçar a uniformidade religiosa em torno da fé reformada na Inglaterra.
1553: Morre Eduardo VI e sua irmã mais velha, Maria I(1516-1558), pretende o retorno da Inglaterra ao Catolicismo.
1558: Morre Carlos V da Espanha e Maria I da Inglaterra. Elizabeth (1533-1603) assume o trono da Inglaterra e tenta restaurar o anglicanismo de seu pai, Henrique VIII, o que significava evitar os extremos puritano(Eduardo VI) e católico(Maria I).
1560, Março: Fracasso de uma conspiração de jovens aristocratas huguenotes contra a Casa Católica do Duque de Guise na França. Primeiro édito de tolerância é editado.
1561, Setembro-Novembro: Colóquio de Poissy, mas fracassa a tentativa de restaurar a unidade entre huguenotes e católicos na França.
1562, março: Massacre dos huguenotes em Vassy comandada pela Casa Católica de Guise. Primeira Guerra Civil Religiosa na França.
1563: Em março, Catarina de Médicis(1519-1589; regente: 1560-1574) tenta por fim à guerra civil francesa com a assinatura da Paz de Amboise, que concede certo grau de tolerância para os huguenotes. Neste mesmo ano, encerra-se o Concílio de Trento.
1564, 27 de maio: Morre João Calvino. Théodore de Béze(1519-1605) sucede Calvino como líder da reforma protestante centrada em Genebra.
1572, 23-24 de agosto: Noite do Massacre de São Bartolomeu em Paris.
1598: Publicação do Édito de Nantes.
1685: Revogação do Édito de Nantes.

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