quarta-feira, 17 de junho de 2009

MINISTRAÇÃO DE LOUVOR NO CULTO


O valor do culto - I Pd. 2:5; Mt. 4:10
"A adoração é mais importante que a pregação, porque a pregação é para o homem, mas a adoração é para Deus" - Rev. Tommy Tenney

O momento do culto é o momento da grande celebração ao Senhor. É quando a congregação se reúne para celebrar o milagre da ressurreição de Jesus, da nova vida em Cristo, da comunhão no Espírito e das conquistas espirituais.

LOUVOR CONTEMPORÂNEO E SUA ESTRUTURA



Nos cultos contemporâneos, os grupos de louvor tem um papel muito importante. Ele são responsáveis pela direção do louvor congregacional.
Antigamente, este trabalho era do regente que, com suas mãos e voz, direcionava o povo de Deus a cantarem em adoração ao Criador. Hoje, esta função de conduzir o povo na adoração congregacional não usa mais os artifícios eficazes da regência (salvo em alguma igreja que ainda possui um regente para conduzir os hinos tradicionais), mas utiliza-se da bela voz do líder de louvor, bem como sua eloqüência na Palavra de Deus e sua empatia com as pessoas que estão cultuando.
Oriundos das comunidades evangélicas (as pioneiras na utilização de grupos de louvor nos cultos) e, por senso comum, as igrejas cristãs utilizam os seguintes termos para o dia-a-dia da música na igreja:

Grupo de Louvor – grupo de jovens que se reúnem para ensaiar e tocar as músicas utilizadas nos cultos cristãos. De estilo mais popular, geralmente os grupos de louvores têm a seguinte formação:

Instrumental – Bateria, Contrabaixo, Guitarra, Teclado, Violão e alguns instrumentos de sopro como Saxofone ou Flauta Transversal.

Vocal – Em algumas igrejas é também chamado de backs. Formado por vozes femininas e masculinas, geralmente cantam a três vozes: soprano, contralto e tenor. A quantidade dos vocalistas é variada, de acordo com o número de pessoas disponíveis.

Ministro de Louvor– Nos Estados Unidos esta pessoa é chamada de Worship Leader, isto é, Líder de Adoração. Nem sempre este ministro é ordenado, como os ministros pastores. No entanto, a palavra ministro é utilizada no sentido de servo de Deus na área do louvor. Ele é responsável em liderar o grupo de louvor no momento da adoração a Deus através da música, na liturgia cristã contemporânea. A escolha das músicas, a seqüência em que elas irão ser executadas e o envolvimento mutuo entre igreja e músicos é de sua total responsabilidade. Portanto, o ministro de louvor, dirigente de louvor ou líder de adoração, têm como função principal conduzir(dirigir) o momentos de cânticos nos cultos, levando as pessoas a expressarem o seu amor, o seu louvor e a sua adoração a Deus através da música. Além conduzir as pessoas, o dirigente de louvor, também é responsável pela condução(direção) dos cantores e instrumentistas dentro da música, definindo quais partes serão repetidas, as introduções, as entradas, os finais, etc. Este trabalho, além de técnico, é também estritamente espiritual, já que ele tem a incumbência de ministrar a Palavra de Deus na vida das pessoas através do louvor e adoração.

Ministração de Louvor - A palavra ministrar significa servir. É algo que oferecemos à alguém. Na Língua portuguesa, a palavra "ministério" vem do latim - “ministeriu” -, significando incumbência. No Antigo Testamento, a palavra usada para expressar ministério era sharath (do hebraico), traduzido por litourghein (grego) pela Septuaginta, referindo-se ao serviço dos levitas. Já no novo testamento, a palavra é diakonia (grego). Todas estas palavras se reportam ao servir. A nossa ministração, ou seja, o nosso serviço através da música cristã pode ser dirigida à Deus ou ao próximo. O ministro de música Giovani Bianchini, assim definiu:
A ministração dirigida à Deus- Essa ministração é direcionada exclusivamente a Deus. Seu sentido deve ser sempre na vertical (para cima). A ministração dirigida à Deus têm como alvo principal proporcionar alegria ao coração do Senhor. Ela consiste basicamente em expressar o nosso amor a Deus, reconhecer a nossa dependência dEle, reassumir o compromisso de obedecer a Sua palavra, apresentar o nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor, e sobre tudo, oferecer-lhe aquilo que somente Ele é digno de receber: Glória, honra, louvor e adoração. O único tipo de ministração que agrada a Deus é a aquela que oferecida com sinceridade de coração. Porém esta ministração só será aceita se for oferecida por intermédio de Jesus Cristo (João 14:6; Hebreus 13:15).

A ministração dirigida ao Próximo - Essa ministração é direcionada exclusivamente para o próximo. Seu sentido deve ser sempre na horizontal (para os lados). A ministração dirigida ao próximo têm como alvo principal confortar, encorajar, edificar e provocar transformação na vida das pessoas. Ela consiste basicamente em ir de encontro as necessidades do próximo, em levá-los a se reconciliar com Senhor, em trazer-lhes esperança de uma nova vida em Cristo, em ensiná-los a viver com Deus, em exortá-los a ter um relacionamento mais profundo e íntimo com o Senhor, em mostrar-lhes que a nossa meta é ter um caráter moldado à semelhança de Cristo, e entre outros, produzir mudança de estilo de vida.



PREPARAÇÃO DOS MINISTROS - II Tm. 2:15

* No aspecto espiritual é necessário:
- oração e leitura bíblica diariamente;
- jejum periódico;
- oração e compartilhamento entre o grupo.

* No aspecto musical é preciso:
- realizar ensaios para que haja entrosamento (iniciar com um texto bíblico e oração);
- lista definida de cânticos; quando forem novos, providenciar cifras;
- manter a ordem no ensaio evitando distrações, brincadeiras e conversas paralelas que são verdadeiros "ladrões de unção";
- é necessário total concentração durante o ensaio; estar atento às orientações, arranjos, rítmica, métricas, etc;
- o tempo do ensaio deve ser também um tempo de ministração.
- Repertório - Sl. 96:1 - elaborar um repertório adequado ao tipo de reunião, ex: reunião de jovens, evangelismo, ceia, etc; o repertório de um culto dominical é diferente de um lançamento de um cd, por exemplo;
- elaborar um repertório adequado ao tempo de duração do louvor (conferir com o pastor); - -
- dependendo do tempo dado à ministração dos cânticos não será necessário uma lista extensa de músicas. Estar sensível e atento a isso, e como no tópico anterior, diferenciar o tipo de programação; no caso de culto, é importante que o tema dos cânticos seja um só;
Seqüência ideal:
- cânticos de celebração e de guerra,
- seguidos de cânticos de adoração.

Isso pode mudar segundo a orientação do Espírito Santo, mas é necessário ter uma ordem na seqüência dos cânticos;




O DIRIGENTE - II Cr. 29:27-30

O rei Ezequias estava a frente representando a liderança principal. Os líderes devem ir a frente e ensinar os seus músicos a profetizar!
O dirigente tem uma função importante no processo de culto coletivo. É responsável em conduzir a congregação na adoração ao Senhor. Para isso precisa estar consciente da sua missão e devidamente preparado.
Vejamos alguns princípios que facilitarão sua tarefa:

* dependência do Espírito - antes de tudo, buscar essa dependência geral, total e irrestrita, entendendo que o culto é do Espírito Santo e Ele sabe o que é melhor para cada pessoa na congregação, e dá ao dirigente as diretrizes da reunião - Rm. 8:26-27.

* abertura do culto - o dirigente deve procurar tratar o povo com amabilidade, encorajando-o com uma promessa da Palavra, tomar cuidado com a maneira de falar, não ser grosseiro, indelicado, etc. Esse primeiro contato é a chave para o desenvolvimento de uma ministração abençoada e abençoadora.

* devemos evitar
- "pregações" durante o louvor, interromper a ministração para "ler a Bíblia",
deixar o povo em pé por muito tempo,
- vestimenta inadequada, tipo roupa justa, transparente, cores chamativas,
decotes exagerados, etc
Lembre-se que o louvor não é para o homem, mas para Deus! As pessoas devem olhar para Ele!

* sensibilidade - estar atento à maneira como o louvor está transcorrendo e explorar um determinado cântico quando perceber que está fluindo profeticamente.
- Evitar deixar "brancos" entre um cântico e outro; para isso é indispensável desenvolver um bom entrosamento com os músicos, combinar sinais, etc.



* expressão
- está também ligada à inspiração que nasce do nosso tempo diário com o Senhor. A pessoa inspirada tem expressão! A principal fonte de inspiração é a Palavra de Deus. Quanto mais Palavra eu tiver mais inspirado serei. Ao meditar naquilo que canto, o resultado será uma expressão real de vida, que contagiará toda a congregação.

MÚSICOS - Sl. 33:3

* expressão - vale para os músicos os mesmos princípios aplicáveis ao dirigente na questão da expressão. Os músicos também têm um papel fundamental no louvor, principalmente o de profetizar com seus instrumentos - II Rs. 3:15. Precisam se exercitar nisto em casa, nos ensaios, nos cultos, dando total importância a esse desafio, aprofundando-o cada vez mais – I Cr. 25:1.

* disciplina - é fruto de maturidade musical. O músico maduro tem conhecimento de suas responsabilidades e procura cumpri-las à risca. Por exemplo: chega nos horários marcados, tem cuidado com os equipamentos da igreja, nos ensaios obedece os arranjos apresentados, controla o volume do seu instrumento, nos ensaios e antes de começar o culto, não "desperdiça" unção tocando "outras músicas" (Altar no A.T. era usado para sacrifício. "Palco" é diferente de "altar"), quando o arranjo pede um solo, toca somente o necessário sem se exceder, procura estar em sintonia com tudo o que acontece durante o louvor, ou seja, não é um "alienígena" em cima do púlpito (o não se exceder também se aplica ao grupo vocal).

* inspiração - a exemplo do dirigente, o músico sempre deve estar inspirado - I Sm. 18:10. O músico inspirado está sempre pronto à participar inclusive com cânticos espirituais (vale para o backing vocal também).
Observando esses princípios básicos estaremos cooperando com o propósito do Pai e seremos grandemente abençoados

10 Atitudes num ministro de louvor que incomodam o pastor
1. Não começar na hora;
2. Não terminar no tempo previsto;
3. Falar muito, antes, durante e depois do culto;
4. Cantar hinos que não são apropriados para a adoração;
5. Vestir-se inadequadamente;
6. Ir muito além das pessoas e perder-se no seu próprio mundo;
7. Abuso verbal com relação à congregação quando a resposta não é desejada;
8. Cantar numa tonalidade muito alta, ou muito baixa, para a congregação;
9. Insistir em cantar os mesmos hinos ou cânticos, semana após semana;
10. Ter agenda própria.

10 Atitudes que incomodam um ministro de louvor no que diz respeito ao seu pastor
1. Falta de apoio da parte do púlpito;
2. Cortar o período de louvor, em virtude de limitações de horário;
3. Um pastor (e esposa) que não participam do louvor;
4. Ouvir sobre todos os problemas, sem qualquer apreciação pelas boas coisas;
5. Ser solicitado a executar um número de improviso;
6. Quando a esposa do pastor (ou os filhos) deseja liderar o departamento;
7. Não enviar o líder de louvor a seminários e conferências que seriam de grande ajuda à igreja;
8. Não alocar orçamento suficiente para a compra de um bom equipamento musical;
9. Pastores que não gastam um tempo de qualidade com seus líderes para orar e aconselhá-los, especialmente em tempos difíceis;
10. Pastores que não confiam na capacidade de seus líderes de louvor para formar uma equipe de qualidade.
Pensando nas idéias de Ron Kenoly, acrescentamos o que deve ser o ideal nas igrejas:
Quando pastores e ministros de louvor trabalham juntos
1. Os cultos são preparados com ordem e dedicação - culto racional - (Rm 12:1);
2. Haverá sintonia entre o sermão e os hinos/cânticos;
3. Não haverá problema de heresias nas letras do cânticos;
4. A cada culto, o membro terá a oportunidade de aprender uma coisa nova da parte de Deus, pois os cultos serão mais temáticos, mais coerentes;
5. A igreja estará bem discipulada, no que diz respeito ao louvor, à adoração e ao culto;
6. A hinologia ou o repertório congregacional será naturalmente ampliado, devido aos novos propósitos de cada culto;
7. Um grupo de louvor (ou coral, quarteto, conjuntos, etc.) bem pastoreado é sadio. Portanto, é curado da soberba, da falta de união e de pecados ocultos pessoais;
8. Um pastor que tenha bom senso nunca empregará música como entretenimento, mas como comunicação, como pregação, como ensino;
9. Um ministro de louvor de bom senso sempre terá esta compreensão de seu trabalho: não estará colocando pedaços espirituais numa parte chamada
"ordem do culto", mas estará compondo um todo que prega, por mensagens, orações, cânticos, hinos e até prelúdios e pós-lúdios. Estes podem criar um clima propício para oração e reflexão;
10. Haverá maior qualidade de culto.




Assim sendo, quando o ministro de louvor trabalha em parceria com a liderança da igreja, seu trabalho será mais eficiente, para a glória de Deus.

BIBLIOGRAFIA
Kenoly, Ron (1999). Exaltemos ao Senhor – Bom Pastor
Martins, Vilma. Apostila Adorando em Verdade. Demap, 2001.
http://www.adventistadapromessa.com.br/demap/MusitecOnLine/tabid/234/agentType/View/PropertyID/176/Default.aspx

http://www.levandoapalavra.com/Adoracao/ministracaodelouvor.htm

Pastor Adhemar de Campos - www.adhemardecampos.com.br

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