segunda-feira, 21 de junho de 2010

O DOM DE DAR


O DOM DE DAR - AMOR

Liberalidade – Amigo de dar, generoso
Generosidade – Gostar de dar, facilidade em perdoar, leal.

Em II Cor. 9:6-15 Paulo incentiva os coríntios a darem generosamente. Ele cita um princípio bem conhecido nas Escrituras: ceifamos o que semeamos.
A oferta é voluntária, segundo a decisão de cada um para dar com alegria.
Paulo diz que a oferta não deve ser feita por necessidade, mas 1 Coríntios 16:1,2 aborda o mesmo assunto como ordem. Podemos entender assim: é a responsabilidade de cada cristão contribuir, mas não devemos fazê-lo só por causa da obrigação. Devemos entender o propósito da oferta e participar com alegria, reconhecendo o privilégio de participar do trabalho do Senhor.
São os motivos que governam a vida, e não as ações isoladas.
Para Cristo, o que importava eram os motivos que impulsionavam o homem a uma ação qualquer. Isso ele deixou claro no Sermão do Monte. Mt. 5:27-48. Por isso considerou que a viúva pobre deu mais do que os fariseus, mesmo que do ponto de vista exterior sua oferta fosse uma insignificância. O valor da oferta, para Jesus, estava, portanto, na proporção em que ela fosse expressão de verdadeiro amor a Deus.
1. O AMOR SE EXPRESSA EM DAR
O motivo supremo nos atos do crente, inclusive o de contribuir, deve ser o amor. Paulo disse que ainda que alguém distribuísse toda a fortuna para o sustento dos pobres e ainda que entregasse o corpo para ser queimado, e não fosse impelido pelo amor, isso de nada aproveitaria. I Cor. 13:3.
2. O SEGREDO DA LIBERALIDADE II Coríntios 8:1-5
Tomaremos o exemplo de um grupo de igrejas, cuja liberalidade atingiu as raias do sacrifício.
O apóstolo Paulo gasta dois capítulos inteiros a comentar a atitude das igrejas da Macedônia, em relação às necessidades das igrejas irmãs da Judéia.
Vale a pena lermos com cuidado os capítulos 8 e 9 de II Coríntios, para que assim possamos descobrir o segredo da generosidade daquelas nobres igrejas.
Paulo está apresentando aos coríntios as igrejas da Macedônia como um modelo digno de imitação. Servem-nos elas hoje ainda como exemplo encorajador na consagração dos nossos recursos à causa do Mestre.
1. A graça da liberalidade
Notemos a frequência com que aparece aqui a palavra graça. II Cor. 8:1, 4, 6, 7, 9, 19; 9:14.
Não se refere à graça salvadora de Deus, e sim à graça especial da liberalidade em contribuir. Há crentes que já foram alcançados pela graça de Deus, que os salvou em Cristo, mas não alcançaram ainda a graça de partilhar os seus bens liberal e alegremente para o sustento da obra do evangelho.
2. As circunstâncias
Vejamos também as circunstâncias em que os irmãos macedônios demonstraram sua generosidade. II Cor. 8:2. No meio de provas e tribulações, fizeram sua contribuição. Passavam eles por um período de agitações políticas, perseguições e necessidades materiais. Não julgavam, entretanto, que isso os deveria escusar de ajudar os irmãos mais pobres da Judéia. Com profunda alegria, diz Paulo, eles deram dos seus poucos recursos.
David Morken conta de refugiados na Coréia, vivendo num inverno inclemente, tendo apenas alguns velhos trapos para cobrir-lhes os corpos, e frágeis coberturas para protegê-los da neve. Quando foi necessário tirar uma oferta para a reconstrução de uma igreja bombardeada, que fizeram esses refugiados? Afundaram as mãos nos bolsos e deram, em dinheiro coreano, uma quantia equivalente a oito mil dólares. A explicação dessa oferta, aparentemente milagrosa, foi a seguinte: começamos há um ano sem nada. O Senhor cuidou de nós e deu-nos alguma coisinha. Decidimos que se o Senhor pôde cuidar de nós durante um ano inteiro, quando iniciamos sem nada, poderíamos começar novamente sem nada e confiar nele por mais um ano.
Assim, deram os refugiados tudo quanto tinham para começar de novo sem nada.
Onde está o segredo da liberalidade, tanto desses coreanos, como dos macedônios nos dias de Paulo?
II Coríntios 8:5 no-lo apresenta: "...a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor". Era a convicção da mordomia de suas vidas que os levava a tais rasgos de generosidade.
Quando um crente realmente se convence de que tudo quanto é e tem pertence a Deus, não acha dificuldade em dar com profunda liberalidade.
Em geral, o que mais contribuem não são os que mais tem. Os que mais dão são os que mais amam a Deus e mais confiam em Deus.
Dar não depende de poder. Os macedônios deram, diz o apóstolo, "ainda acima do seu poder". O seu querer era maior do que o seu poder. De um coração generoso sempre parte uma oferta sacrificial.
Sirvam-nos de exemplo as igrejas da Macedônia nessa graça da liberalidade, de modo que, mesmo em profunda pobreza, como eles, se evidenciem as riquezas da nossa generosidade.
3. O PADRÃO DA LIBERALIDADE II Coríntios 9:6- 7
Temos neste trecho uma das mais preciosas passagens sobre a bênção da contribuição. Um modelo assaz elevado que deve servir da norma aos cristãos e que ultrapassa os limites estreitos da obrigação judaica do dízimo.
1. Generosidade. Devemos contribuir com generosidade, v. 6.
Paulo apresenta a lei da natureza física como aplicável ao dever espiritual da contribuição. O homem colhe na proporção do que semeia. Os mesquinhos tem uma colheita mirrada, os generosos uma colheita farta. Os exemplos pululam quanto à verdade desta declaração apostólica.
Continua sendo verdadeira a promessa de Malaquias, de que, para os que levam a casa do tesouro recursos generosos, as janelas do céu se abrem de tal forma que seus corações recebem da graça divina em pródiga abundância.
Ainda que aqui se tenha em mente a lei natural aplicada à contribuição, ela é verdadeira e pode ser aplicada a todas as relações da vida. Quanto mais o homem dá, tanto mais ele recebe. Jesus Cristo expressou de várias formas esse princípio, que se tornou básico no seu reino.
2. Discernimento e amor. Devemos contribuir com discernimento amoroso: "...segundo propôs no seu coração", v. 7.
A contribuição é um ato de vontade esclarecida. Não deve ser feita impensadamente, sem o senso da responsabilidade de quem dá e sem o senso da importância da obra a que se destina. Sobretudo, a questão de dar deve ser um ato do coração. A dificuldade com muitos, é que dão só com a bolsa, e não com o coração. A oferta não deve ser um ato frio e calculado, mas praticado com viva emoção e como expressão da nossa responsabilidade.
Quando o crente dá com o coração cessam as dúvidas e as tentações para a mesquinhez. Não há pretexto para não dar o dízimo, por ser da lei ou por qualquer outra razão. O coração, impulsionado por profundo amor à causa e às almas perdidas, dá com aquela espontaneidade que não mede nem calcula.
3. Alegria. Devemos contribuir com alegria, v. 7.
Nenhum ato de culto deve ser por constrangimento, especialmente o da contribuição. Se há tristeza e vacilação, ele perde todo o valor para o ofertante.
Temos pensado no amor de Deus manifestado a nós de muitas maneiras. Convém lembrar que ele também se dirige no sentido das nossas ofertas. "Deus ama ao que dá com alegria". Cada vez que contribuímos, somos objeto do amor de Deus.
A alegria de dar é uma das maiores alegrias da vida. Deus não precisa de nós, e, entretanto, para fazer com que nos sintamos felizes na participação do seu plano de redenção do mundo, ele nos oferece o ensejo de dar. Se pensarmos em nossas dádivas, com esse elevado sentido espiritual, só poderemos sentir imensa alegria em dar dos nossos recursos para a promoção do seu reino.
4. OS BENEFÍCIOS DA LIBERALIDADE II Coríntios 9:8-15
1. Os próprios contribuintes são beneficiados, 9:8-12.
Paulo começa por lembrar que a liberalidade na graça de contribuir gera, por sua vez, abundância em outras graças com que Deus há de beneficiar os contribuintes. O texto do versículo 9 é de Salmo 112:9. Deve ser lido em conexão com Provérbios 11:24-25: "Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais; e outros que retém mais do que é justo, mas é para sua perda. A alma generosa engordará, e o que regar também será regado".
Jesus estabeleceu esta regra para os seus seguidores, que deverá ser lida com meditação: "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo". Lc. 6:38.
O irmão já experimentou a realidade dessa promessa? Se não, é talvez porque ainda não alcançou a bênção de dar no espírito generoso e franco que traz como resultado essa experiência.
2. Os recipientes da oferta seriam beneficiados, 9:13-15.
Os cristãos na Judéia compreenderam que Deus usou os gentios para trazer-lhes socorro, e louvaram a Deus por isso. Eles agradeceram a Deus por ter aberto a porta da fé aos gentios, para que eles tivessem ensejo de revelar agora seu amor por seus irmãos judeus? Através dessa oferta, eles se sentiram mais unidos na fé comum em Jesus Cristo, o qual pelo seu sangue "de ambos os povos fez um; e, derribando a parede da separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades". Ef. 2:14-16.
Após a segunda guerra, tivemos oportunidade de verificar como nos países aliados movimentos diversos foram organizados para suprir as necessidades dos povos do Eixo. Isso se deve ao espírito cristão de cooperação mútua, gerado no coração de homens de sentimentos evangélicos.
Os crentes da Judéia retribuíram a tão grande generosidade dos irmãos macedônios com suas orações, v. 14, com as quais demonstraram ardente afeto, por causa da transbordante graça de Deus que estava neles.
Notemos que quando grandes catástrofes acontecem a mobilização de países faz com que a dor de muitos sejam amenizadas. Furações, inundações, terremotos entre outras calamidades sensibilizam corações e por sua vez pessoas são beneficiadas.
Que cada um possa entender e atender aos apelos em momentos específicos da Igreja Remanescentes de Cristo, mesmo que não se deve contribuir apenas por necessidade, mas que em momentos onde elas existirem que nos movamos de maneira mais intensa.
Só podemos terminar com as próprias palavras do apóstolo: "Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável", que infunde nos corações de seus filhos sentimentos tão profundos de generosidade e solidariedade humana.

http://www.estudosdabiblia.net/2cor.htm
http://www.palavraprudente.com.br/estudos/walter_k/mordomia/cap12.html

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