sábado, 3 de maio de 2008

ÉTICA CRISTÃ E SEUS VALORES

OS VALORES DA ÉTICA
“Como o homem imagina em sua alma, assim ele é”. (Provérbios 23:7)
Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, II Pd. 3:11
Esta passagem reflete uma verdade fundamental da vida e da existência: nós somos e agimos de acordo com aquilo em que acreditamos. Este ponto é fundamental para podermos entender a principal diferença entre a maneira cristã de ver o mundo e outras cosmovisões, em particular, no que tange à ética ou à tomada de decisões.

TOMANDO DECISÕES
- Nas tomadas de decisões não existe vácuo, antigamente pensava-se que era possível pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer pré-concepções. Hoje, sabe-se que, em quase nenhuma área do saber, é possível fazer pesquisa sem sermos influenciados por aquilo em que cremos.
-Quando elegemos uma determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores e noções de é certo ou errado. É isso que chamamos de:
- ética: o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões.
Cada um de nós tem um sistema de valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões...!) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciando decisivamente nossas opções.

AS ALTERNATIVAS ÉTICAS
Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental. Um campo é denominado de ÉTICA HUMANISTA E O OUTRO DE ÉTICA NATURALISTA
As chamadas éticas humanísticas tomam o ser humano como seu princípio orientador, seguindo o axioma de Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas".
O HEDONISMO, A palavra "hedonismo" vem do grego hdonh, "prazer". por exemplo, ensina que o certo é aquilo que é agradável. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. O individualismo e o materialismo modernos são formas atuais de hedonismo.
Como movimento filosófico, teve sua origem nos ensinos de Epicuro e de seus discípulos, cuja máxima famosa era "comamos e bebamos porque amanhã morreremos". O epicurismo era um sistema de ética que ensinava, em linhas gerais, que para ter uma vida cheia de sentido e significado, cada indivíduo deveria buscar acima de tudo aquilo que lhe desse prazer ou felicidade. Os hedonistas mais radicais chegavam a ponto de dizer que era inútil tentar adivinhar o que dá prazer ao próximo.
Como conseqüência de sua ética, os hedonistas se abstinham da vida política e pública, preferiam ficar solteiros, censurando o casamento e a família como obstáculos ao bem maior, que é o prazer individual. Alguns chegavam a defender o suicídio, visto que a morte natural era dolorosa.
Como movimento filosófico, o hedonismo passou, mas certamente a sua doutrina central permanece em nossos dias. Somos todos hedonistas por natureza. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. A ética natural do homem é o hedonismo. Instintivamente, ele toma decisões e faz escolhas tendo como princípio controlador buscar aquilo que lhe dará maior prazer e felicidade. O individualismo exacerbado e o materialismo moderno são formas atuais de hedonismo.
Muito embora o cristianismo reconheça a legitimidade da busca do prazer e da felicidade individuais, considera a ética hedonista essencialmente egoísta, pois coloca tais coisas como o princípio maior e fundamental da existência humana.
UTILITARISMO tem como princípio orientador o que for útil para o maior número de pessoas. O nazismo, dizimando milhares de judeus em nomes do que é útil, demonstrou que na falta de quem decida mais exatamente o sentido de "útil", tal princípio orientador acaba por justificar os interesses de poderosos inescrupulosos e o egoísmo dos indivíduos.
EXISTENCIALISMO, por sua vez, defende que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos. Seu principio orientador é que o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte. O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna, que tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual.
ÉTICA NATURALÍSTICA toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e desaparecer à medida em que a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais forte e a sobrevivência do mais apto, é certo. Numa sociedade dominada pela teoria evolucionista não foi difícil para esse tipo de ética encontrar lugar. Cresce a aceitação pública do aborto (em caso de fetos deficientes) e da eutanásia (elimina doentes, velhos e inválidos).
Os cristãos entendem que éticas baseadas exclusivamente no homem e na natureza são inadequadas porque:
Não fornecem base sólida para justificar a misericórdia, o perdão, o amor e a preservação da vida;
Estão em constante mudança e não têm como oferecer paradigma duradouro e sólido;
Tanto o homem quanto a natureza, como os temos hoje, estão profundamente afetados pelos efeitos da entrada do pecado no mundo.
A ÉTICA CRISTÃ
A ética cristã, por sua vez, parte de diversos pressupostos associados ao Cristianismo histórico. Tem como fundamento principal a existência de um único Deus, criador dos céus e da Terra. Vê o homem não como fruto de um processo natural evolutivo (o que o eximiria de responsabilidades morais), mas como criação de Deus, ao qual é responsável moralmente.
Entende que o homem pecou, afastando-se de Deus. Como tal, não é moralmente neutro, mas naturalmente inclinado a tomar decisões movidas, acima de tudo, pela cobiça e pelo egoísmo (por natureza, segue uma ética humanística ou naturalística).
Acredita, porém, na possibilidade de mudança de orientação mediante mudança da sua natureza.
A vontade de Deus para a humanidade encontra-se na Bíblia. Ela revela os padrões morais de Deus, como encontramos nos 10 mandamentos e no sermão do Monte.
Mais que isso, ela nos revela o que Deus fez para que o homem pudesse vir a obedecê-lo.
A ética cristã, portanto, é o conjunto de valores morais baseados nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta nesse mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo.

CONCLUSÃO
Como membros do corpo de Cristo que professa o cristianismo verdadeiro, é importante que entendamos os valores e as crenças que estão por detrás dos processos decisórios e dos alvos tanto de nossa instituição quanto do País e acima de tudo da palavra.
Como membros da Igreja “universal” e também da igreja “local”, devemos sempre guiar nosso labor espiritual, administrativo e sócio-econômico, pelos valores do Cristianismo.

QUESTÕES A SEREM ANALISADAS
· Inseminação artificial
· Controle de natalidade
· Clonagem
· Suicídio
· Pena de morte
· Aborto
· Racismo
· Poligamia
· DefesaPessoal/legítima defesa/aramas, controle
· Jogos de azar
· Bebidas
· Julgar
· Formas de ganho
· Fé produz obras e não dólares
· Mensalões (PT e governo)
Exemplo:- Máfia das ambulâncias: mais ou menos metade dos envolvidos são evangélicos

A Clonagem e a Ética Cristã
Segundo o cientista cristão Cléber Marcolan, professor da Universidade Luterana do Brasil, de tempos em tempos, a fé e a religião são sacudidas por descobertas científicas que exigem dos crentes, principalmente de nós, cristãos evangélicos, uma revisão de nossos paradigmas e uma melhor interpretação das Escrituras. A clonagem é um exemplo recente disso.
Clonagem é a técnica de retirar o núcleo de uma célula somática (embrionária ou adulta) e implantar em um óvulo sem núcleo para que um embrião possa ser desenvolvido com características genéticas iguais às do doador do núcleo. A chamada clonagem terapêutica é a tentativa de clonar somente órgãos ou tecidos isolados. Sua grande vantagem é que, ao transferir o núcleo da célula de uma pessoa para um óvulo sem núcleo, esse novo óvulo, ao dividir-se, gera, em laboratório, células potencialmente capazes de produzir qualquer tecido.
Já a clonagem reprodutiva humana é a técnica pela qual pretende-se fazer uma cópia de um indivíduo. Nessa técnica, se o óvulo com esse novo núcleo começasse a se dividir e fosse transferido para um útero humano e se desenvolvesse, ter-se-ia uma cópia da pessoa de quem foi retirado o núcleo da célula. A diferença fundamental entre os dois procedimentos é que, na transferência de núcleos para fins terapêuticos, as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos, enquanto a clonagem reprodutiva requer a inserção em um útero.

Aborto/Controle natalidade
Abrir e fechar a madre?
Não encontramos na bíblia base que proíbam o controle temporário ou permanente de natalidade. Apesar de compreender pela própria bíblia que filhos são bênçãos, nada impede de determinar dentro do relacionamento o tamanho da família.
Êxodo 21:22 deixa claro que o aborto é crime, embora seja um dos métodos mais utilizados hoje para controle de natalidade, não tem aprovação divina. No livro de Salmos 139:13-16 indica que o feto é uma vida humana, portanto qualquer ação para mata-lo constitui-se em atitude errônea

1. O aborto deliberado é pecado
Porque mata-se voluntariamente: Mt 22.16; Ex 20.13; Dt 32.29
Porque destroi-se a natureza instituída: Gn 4.1; 9.1
Porque vai contra a criação de Deus: 1Sm 2.6; Sl 139.14-16

2. A anti-ética do aborto
Proliferação do "amor-livre": Nm 25.1; 1Co 10.8
Desenvolvimento de ressentimentos e culpa: Ec 6.3; Jó 3:16; Ef 4.31,32
Tentando reparar um erro com outro erro: Sl 42.7; Pv 28.13

3. A escolha salutar
A benção dos filhos: Sl 127.3,4; Gn 33.5;
Prevenir e não remediar: Pv 6.23-25; 2Sm 11.3
Mantendo uma vida santa: Cl 3.12; Ef 5.8; Hb 12.14

Vícios e Jogos

O mal dos jogos
A posição da esperança no dinheiro: Jó 31.24; 1Tm 6.10,17; Mc 10.24.
O homem deixa de confiar em Deus: Lc 12.19; Mt 6.21,24,34.
Leva o homem a ser servo dos jogos: Jo 8.34; Rm 6.16; 2Pe 2.19b.

O mal das bebidas e das drogas
A degeneração do vício: Is 5.11; 28.1; Rm 6.16; 2Pe 2.19b.
A mudança de comportamento: Gn 9.21; Pv 23.31-33; Is 28.7.
Indução às obras da carne: Gl 5.21; Gn 19.32; Is 5.12.

Como vencer os vícios
Conhecendo a verdade: Jo 8.32,36; 14.6.
Enchendo-se do Espírito: Ef 5.18; Is 10.27
Permanecendo livre: Gl 5.1,16; Rm 6.18.

Eutanásia e Suicídio
1. O dom da vida
Dado por Deus:.Gn 2:7; Sl 139:13-16; Mt 1:23-25
Mantido por Deus: 2Rs 20:1-5; Mt 8:13-16; Lc 1:13.
Interrompido por Deus: Gn 5:24; 1Sm 2:6; 2Sm 8:52-55.

2. A prática da Eutanásia
Impede o milagre divino: Mt 8:2,3, Mc 5:35-42; Lc 8:43-46
Duvida do poder divino: Jó 14:7-10; Jo 11:21-24, 39-44.
Desonra a soberania divina: Jó 14:5; Lc 7:6-10; 8:49-56.

3. A prática do Suicídio
Uma fuga covarde dos problemas: 1Sm 31:4; 2Sm 17:32; 1Rs 16:18.
Um empecilho ao arrependimento: Jz 16:20,28-30; Hb 12:17.
Um visto à perdição eterna: Jó 2:9,10; Ef 5:29.


Defesa Pessoal/Legitima Defesa/armas e controle
Jesus ordenou seus discípulos a fazer algo interessante em Lucas 22:36. Ele disse: “O que não tem espada, venda a sua capa e compre uma”. Alguns tentam espiritualizar o significado óbvio da instrução de Jesus. Ele estava falando de uma espada literal. É aparente que seus discípulos entenderam o que ele quis dizer pelo versículo 38, que demonstra o uso inepto e inapropriado da arma por Pedro. O ponto é: Jesus disse a seus discípulos para “ter uma espada”! Para qual propósito, a não ser a autodefesa?
O Antigo Testamento revela o reconhecimento e o apoio divinos da validade da defesa, e até mesmo da necessidade da eliminação de vida humana, tanto por nações quanto por indivíduos. Os que 'piedosamente' citam a Bíblia quando dizem “não matarás”, declarando que toda vida é dada por Deus e que não temos o direito de tirá-la com as próprias mãos, falham em ler o resto da Bíblia Na questão da autodefesa, a Lei proclama abertamente que, se um homem encontrar um ladrão em sua casa, de noite, e matá-lo isso constitui um meio aceitável de proteger o lar e a propriedade da pessoa (Êxodo 22:2). John Locke equacionou o assalto contra a propriedade particular como equivalente ao assalto contra a vida da pessoa, visto que o indivíduo depende da propriedade para viver. João Calvino declarou que a lei do amor de Cristo requer defesa do próximo que seja indefeso. Paulo ensina que o magistrado civil usa propriamente a espada (Romanos 13:1-7).
A força nunca é condenada nas Escrituras — somente seu mau uso. Amor e força não são incompatíveis na mente divina, nem o são a justiça e a força. Em cada situação elas são apenas lados opostos da mesma moeda.
Quando Cristo deu o mandamento de dar a outra face e não resistir o mal, ele se pronunciava numa situação na qual o coração dos homens tinha se apartado do intento da Lei de Deus, e as pessoas usavam a Lei como ferramenta para satisfazer vinganças pessoais.
Isso significa que Deus não pode proteger seu povo em tempos de perigo? Sem dúvida Deus pode nos proteger sem meios, como ele fez com Daniel na cova dos leões. Ou ele pode nos proteger com meios, como fez com Davi e o uso habilidoso de uma funda contra um leão. Em ambos os casos, Deus protegeu seu servo. Da mesma forma que Deus pode curar diretamente, sem meios (sobrenaturalmente), ele pode curar valendo-se dos meios (médicos e remédios). Deus permanece a fonte da cura em ambos os casos. Deus é nossa fonte de proteção, quer ele nos forneça proteja direta e sobrenaturalmente, quer ele requeira de nós algum meio natural de nos proteger.
Espera-se que a maioria de nós faça o que for necessário para proteger a família de uma doença aguda, da pobreza desnecessária ou do ataque de um animal selvagem. Por que não agiríamos tão prontamente para proteger a nós mesmos e a nossa família de um intruso cuja intenção é má?
Por favor, ouça-me: não estou dizendo que todo o mundo deve ter uma arma de fogo na escrivaninha. Digo que a Bíblia permite a autodefesa. Deus nos concedeu o direito de usar os meios que julgarmos necessários para prover proteção para nossa vida, para a vida de nossa família e para a manutenção da propriedade.


Poligamia
Algumas igrejas tomam a posição de que os polígamos que professam a fé não devem ser admitidos aos sacramentos; todavia, eles procuram dar cuidado pastoral a essas pessoas, embora elas não possam ser reconhecidas como membros oficiais de igrejas. Através dessa regra, eles procuram defender a visão bíblica da família e dar um claro testemunho da fé em Cristo à culturas dessas pessoas.
O Novo Testamento foi escrito numa cultura poligâmica, e sua própria postura, creio, é clara. Aos polígamos foi negado o ofício na igreja (1 Timóteo 3:2); mas não há evidência de que lhes foi negado a membresia da igreja ou os sacramentos. O Antigo Testamento, certamente, é mais tolerante para com a poligamia, e muitos dos grandes santos do Antigo Testamento tiveram mais de uma esposa. Jesus deixou claro que a intenção original de Deus para o casamento era de um homem e uma mulher (Mateus 19:1-12); assim, podemos inferir que a tolerância do Antigo Testamento para com a poligamia, como sua tolerância para com o divórcio, foi por causa da “dureza do coração” das pessoas.

Material elaborado pelo Rev. Marcos Antonio Barbosa da Silva, destinado à Culto de Ensino na Igreja Ev. Ass. Os Remanescentes de Cristo durante o mês de março/07.

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